26/06/2009

Clarice nunca faz mal

trechos de O crime do professor de matemática de Clarice Lispector:

"E, inquieto, eu começava a compreender que não exigias de mim que eu cedesse nada da minha para te amar, e isso começava a me importunar.(...) Não me pedindo nada, me pedias demais."

"Mas só tu e eu sabemos que te abandonei porque eras a possibilidade constante de eu pecar o que, no disfarçado de meus olhos, já era pecado. Então pequei logo para ser logo culpado. E este crime subtitui o crime maior que eu não teria coragem de cometer", pensou o homem cada vez mais lúcido."

"Procurando punir-se com um ato de bondade e ficar livre de seu crime. Como alguém dá uma esmola para enfim poder comer o bolo por causa do qual o outro não comeu o pão."



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