08/08/2008

Ecco, babbo

Quando foi o dia que eu devia me pronunciar a meu pai, que me questionava, sobre profissão, respondi:
"Quero ser vendedor de sementes"
Meu pai disse-me que vendedor de semente não era profissão: profissão era ser marceneiro, mecânico, padeiro.
Como eu insistia, meu pai disse:
" Vendedor de sementes é uma profissão de vagabundo!"
Gostaria de dizer que não conseguia entender a idéia de ficar o dia todo fechado em um laboratório ou em uma oficina. Eu temia as grossas mãos de operário do meu pai. Davam-me tapas na nuca. Ele já estava ficando nervoso, reprovava a minha mãe por ter me dado uma má educação.
Ele era um homem que tinha mãos grossas de operário, lia o seu jornal; sua camisa era suja de graxa; passava os seus dias fechado em uma oficina; seus cabelos eram castanhos, cheios de pólvora. No domingo, sumia como se fosse trabalhar, na sua roupa cinza. Eu queria-lhe bem, não o temia somente: gostava da sua força, da sua cara de mau.
Eu era um menino de doze anos e queria dizer-lhe:
"Sabe, papai, há sol enquanto você está na oficina. A água do rio é verde;"i lupini", de ouro; as sementes são convidativas. Eu não posso querer nada menos que isso, que a minha liberdade."
Foi meu pai, em vez, que me disse:
"Deve aprender uma profissão. Trabalhar seriamente distrai. Aprenda mais do que uma profissão, outra coisa, algo forte. Um vendedor de sementes parecerá, até a você quando estiver mais velho, um vagabundo, um homem que não teve coragem do seu próprio nome."
Bom, pai, sou grande e os poetas ainda não tem um nome.



Vasco Pratolini traduzido, porcamente, por mim.


L´ultima frase è bellissima in italiano:

"Ecco, babbo, io sono grande, e non ancora i poeti hanno un nome."

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